Aquilombados Resistimos

No ultimo dia 19 de dezembro de 2024, em uma reunião com membros, visitantes, padrinhos, madrinhas o Grupo de Valorização Negra do Cariri, celebrou o caminho percorrido durante os anos desde 2022 até aqui, encerrando o ciclo da então coordenaçaõ do grupo liderada por duas grandes mulheres, Lívia Nascimento e Janayna Leite e passando a cooedenação do bienio 2025/2026 para as mãos das competentes Janayna Leite e Maria Raiane. O Grunec é reconhecido como uma instituição fundamental na promoção da presença negra no Cariri, educando a sociedade, o governo e equipamentos diversos, sobre pautas das pautas da população negra. A luta pela implementação e cumprimento da lei de cotas raciais é uma prioridade, enfrentando fraudes e racismo institucional que dificultam o acesso a oportunidades. Educação, saúde, segurança, alimentação, bem-estar, acesso, terra, meio ambiente, sustentabilidade afroreferenciada, tudo isso tem sido debatido durante esse tempo.

A Presença Negra no Cariri Cearense

A pesquisa sobre a presença negra no Cariri Cearense é vista como um início de uma reviravolta na historiografia nacional, revelando a riqueza cultural e histórica da região. A continuidade do trabalho é enfatizada, com a necessidade de ouvir e contar as histórias das comunidades negras. A juventude é um foco central, com a necessidade de engajamento e continuidade da luta por dignidade e direitos. O compromisso com a ancestralidade e a construção de um futuro melhor é reiterado, destacando a importância da coletividade e da resistência.

A história da pesquisa “A Presença Negra no Cariri Cearense” é uma jornada de redescoberta e valorização da cultura negra na região. Percebemos no decorrer da pesquisa que, ao explorar as narrativas e resistências da população negra, estavamos apenas no início de um longo caminho. O acesso a documentos do Centro de Documentação do Cariri e da hemeroteca Digital revelou as mazelas ao qual a população preta foi submetida enquanto mercadoria dentro do processo de desumanização, mas as histórias de resistências absorvidas sobretudo nos percurso urbanos, onde a pesquisadores das cidades visitadas traziam a memórias de resistências protagonizadas por pessoas importantes para nossa história, mas que foram esquecidas por muitos. Com isso pudemos ter acesso a informações que comprovam uma riqueza cultural que permeiam a história, a arquitetura e o urbanismo local e que passa pela presença negra no Cariri cearense.

A metodologia utilizada, chamada “miolagem”, se tornou um pilar fundamental para a pesquisa, permitindo uma abordagem que vai além da simples análise documental. A miolagem é vista como uma tecnologia que fundamenta a existência e a relação com o campo, promovendo um retorno às raízes e à história ancestral. A pesquisa não se limitou a documentos; foram realizados ciclos formativos e percursos urbanos que integraram a comunidade e enriqueceram o entendimento sobre a presença negra na região.

As participantes da pesquisa, como Ana Paula dos Santos que é a tutora, Maria Raiane a bolsista e outros colaboradores e colaboradoras, destacaram a importância de revisitar a história sob novas perspectivas, reafirmando a singularidade da experiência negra que se reinventa continuamente. A pesquisa é um convite à reflexão e à ação, enfatizando que a luta pela valorização da cultura negra e pela justiça social é um compromisso coletivo e contínuo.

Além disso, temos em vista a publicação de livros que documentem as descobertas e experiências vividas durante a pesquisa, incluindo contribuições de participantes dos ciclos formativos. A emoção e a determinação de continuar essa jornada é palpável, pois, reconhecemos a necessidade de dar voz e visibilidade à história negra no Cariri, um passo essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.